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quarta-feira, 3 de março de 2021

Guarabirense que confessou assassinato de comerciante de Patos vai a julgamento no próximo dia 17

A jovem Marília de Carvalho Marinho, 24 anos, ré confessa e única acusada pela morte do comerciante patoense Pedro Morais Medeiros Neto, de 37 anos, filho da empresária Marta, dona de um supermercado em Patos, será levada a julgamento no dia 17/03/2021, às 09h, na Comarca de Guarabira, onde o crime ocorreu.

Pedro Neto foi morto a tiros na noite do sábado, 08 de junho de 2019, nas imediações do Memorial Frei Damião, na cidade de Guarabira, no Brejo paraibano.

Segundo informações colhidas pela reportagem, Pedro Neto saiu de casa falando para família que iria vender todo o seu gado. O rebanho que seria de propriedade dele e de um(a) sócio(a) e que a família descobriu depois que nunca existiu tal rebanho.

Por volta das 16h30 daquele dia, a sua esposa ainda teria conseguido falar com ele por telefone, mas depois de outras tentativas não teria conseguido mais.

Apenas no outro dia, por volta do meio dia, os familiares receberam a notícia de que ele teria sido encontrado morto com dois tiros na cabeça, sendo um na nuca e outro na lateral esquerda.

O carro ao qual ele estava, um veículo Prisma, cor preta, desapareceu no dia do crime junto com seus pertences, incluindo o celular. Até então, os familiares acreditavam que ele tinha sido vítima de um assalto.

Quebra-cabeça do crime

Iniciadas as investigações, a Polícia Civil chegou até o nome de Marília de Carvalho que chegou a ser ouvida um dia após o crime pelo delegado Norival Gomes Portela, mas inicialmente negou qualquer participação na morte de Pedro Neto.

No entanto, a Polícia Civil seguiu investigando e todas as pistas levavam até a jovem que foi encontrada no dia da prisão com o celular da vítima.

O rastreamento do celular da vítima feito pela Polícia Civil sempre apontava que o aparelho estava com ela. Isto foi uma ferramenta importante para polícia pedir sua prisão, já que ela negava tudo até o dia em que foi presa.

Daí então o mandado de prisão preventiva contra ela foi expedido pelo juiz da Comarca de Guarabira e cumprido no dia 12 de julho do mesmo ano, um mês e quatro dias após o crime.

Marília, na época com 22 anos, foi presa na cidade de Bananeiras, onde fazia o curso técnico de Agropecuária.

Após ser presa, no seu segundo depoimento, Marília mudou sua versão inicial e não só confessou a autoria do crime, como também contou ainda aos policiais o local onde, o veículo de Pedro Neto estava escondido.

O carro, que era da esposa da vítima, foi localizado na cidade de Barra de Santa Rosa, totalmente queimado e “depenado”.

O local do esconderijo do veículo fica distante 97 quilômetros de Guarabira. O carro foi periciado.

No seu depoimento ao qual o Portal teve acesso, ela disse que não foi ela quem queimou o veículo e ocultou possíveis provas.

O álibi do crime

“A acusada confessou a autoria do crime e alegou ter matado porque era chantageada por Pedro que queria reatar o relacionamento e a teria ameaçado de divulgar fotos e vídeos íntimos dela”, revelou o delegado Hugo Lucena.

Para a polícia, não há dúvidas sobre a autoria do crime, tendo sido ela indiciada e aguardando julgamento. Porém, até hoje para família, muita coisa não ficou devidamente explicada, pois a ré nega outras questões que envolvem o caso.

Em seu depoimento após a prisão ao delegado Hugo Lucena, Marília disse que manteve uma relação extraconjugal com a vítima entre 2014 e 2019 entre términos e reconciliações e que agiu sozinha e não de forma premeditada.

Na primeira versão, ela havia dito que manteve relação amorosa com ele apenas por alguns meses em 2014 quando o conheceu, acabando logo ao saber que ele era casado, e que nunca havia mantido negócios com a vítima.

A versão, porém, foi alterada dizendo ela que acabou o relacionamento ao descobrir que a vítima era casada. Disse em depoimento que Pedro emprestou R$ 14 mil e que ao acabar a relação ele teria começado a pressioná-la a devolver o dinheiro.

No entanto, para família, o motivo assassinato foi em torno de uma quantia alta em dinheiro que a vítima investiu colocando na mão dela, cerca de R$ 60 mil, para suposta compra de gado, negócio que os dois manteriam, e que ela o matou por conta de dinheiro já que não teria condições de devolver a vultuosa quantia. Foi o que apontaram as investigações.

A ré cita em depoimento a quantia em dinheiro, mas em menor valor, não dizendo que teria sociedade com a vítima na criação de gado. Durante a investigação, os policiais descobriram que esse gado nunca existiu.

Ao falar do dinheiro que Pedro mandava pra ela, Marília só falou em empréstimo, mas não admitiu que tal investimento era para compra de gado como dizia Pedro antes de morrer.

Para a família, Pedro foi enganado de todas as formas e levado para o local onde aconteceria o crime pensando ele que iria buscar o dinheiro da venda do gado.

Segundo informações colhidas pela reportagem, a vítima saiu de casa após receber um telefonema para ir até Guarabira negociar o gado com a acusada.

Ligaram para ele na quinta-feira mandando ele ir pesar o gado para vender. Pediram para Pedro estar lá na sexta-feira à tarde para pesar o gado. Não se sabe quem.

Pedro foi encontrado com os pés sujos e descalços como mostra a foto. Para família, no mínimo ele ficara em pé, e tentado fugir da morte para que os pés ficassem daquela forma.

Em depoimento, ela relatou que atirou na vítima dentro do carro e apenas a jogou para fora.

Já a família acredita que ele lutou tenha tido luta corporal, ou corrido mesmo para tentar se salvar.

A família afirma ainda que na época em que ele foi morto, Pedro já não mantinha mais relação com Marília, e queria apenas que ela vendesse o tal gado e pegasse a parte dele em dinheiro.

A jovem em seu segundo depoimento contou outra versão. Veja parte dela.

Até hoje, a família refuta esta versão, e acredita que teria mais gente envolvida no crime, pois jamais ela conseguiria fazer o que fez sozinha, por Pedro ser grande e forte.

No entanto, até o momento ela não citou mais ninguém, apenas assumindo o assassinato sozinha e sem premeditação.

Para família, a acusada reverte, a todo momento, tais ilações e conta a versão de que se defendeu das ameaças dele como álibi de defesa.

O Portal 40 Graus teve a informação que a família tem de posse conversas dele com a acusada falando sobre coisas relacionadas ao gado.

Outra versão apresentada pela acusada e contestada pela família foi o fato dela dizer que matou ele dentro do carro. Ela estaria no banco de trás e pegado um revólver que estava debaixo do banco dianteiro, pois sabia que ele andava com arma dentro do carro.

A família contesta dizendo que Pedro Neto nunca teve arma de fogo. “Como ela sabia que existia essa arma debaixo do banco do carro, se o carro nem dele não era?”, contesta a família.

A arma do crime nunca foi localizada pela Polícia Civil nem a acusada disse onde a teria jogado ou colocado.

Até hoje, Marília permanece presa no Presídio Feminino Maria Júlia Maranhão, em João Pessoa, aguardando julgamento.

A família pede justiça para o crime e continua a acreditar que ela não agiu sozinha.

Vicente Conserva – Portal 40 Graus

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