O senador paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB) foi um dos parlamentares a fazer perguntas para a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) durante a sessão desta segunda-feira (29) que julga o processo de impeachment da petista. O tucano não poupou a adversária, acusada de ter cometido crimes de responsabilidade ao editar três decretos de crédito suplementar sem a autorização do Congresso e ao atrasar pagamentos, da União para o Banco do Brasil, de subsídios concedidos a produtores rurais por meio do Plano Safra, as chamadas “pedaladas fiscais”.
E foi exatamente por esse ponto que Cássio começou a questionar Dilma. Ele perguntou sobre quantas reuniões ela participou para discutir e criar o Plano Safra. "Qual era o tratamento que a senhora dispensava na sua rotina de trabalho ao relatório resumido de orientação orçamentária?", questionou.
Na ocasião, Cássio também rebateu o discurso de golpe utilizado por Dilma. "Golpe é vencer uma eleição mentindo ao Brasil. Golpe é quebrar uma empresa como a Petrobras. Esse processo não começou no Congresso, começou nas ruas", falou o parlamentar.
Mas Dilma insistiu na utilização do termo. "Não concordo com o senhor que esse processo de impeachment veio das ruas de forma espontânea. Nenhum de nós aqui é ingênuo de saber quem é que é responsável pela aceitação desse processo de impeachment", disse ela, afirmando que houve uma "chantagem explícita" de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), então presidente da Câmara.