O ano de 1982 foi marcado pela morte de Jackson do
Pandeiro. No mesmo período em que um dos ícones do Nordeste deixava milhares de
luto, nascia Ediane Brito Nascimento, de 35 anos. Em comum, o cantor e a
professora têm a cidade em que nasceram: Alagoa Grande, na Paraíba. Mais de
três décadas depois da morte dele, Ediene se juntou com os dois irmãos, o
cunhado e a sobrinha para homenagear o paraibano ilustre dançando xaxado.
A família, que integra o grupo Cariris da Serra,
dança há sete anos. Para a professora, dançar o xaxado é uma forma de
homenagear o cantor e compositor, que ficou conhecido no Brasil inteiro por
canções cantadas até hoje. "A paixão é o xaxado. O xaxado era a raiz dele.
Parece pouco, mas quando a gente faz isso o nome dele fica mais forte,
principalmente pelo fato de que é feito por quem é fã. É importante continuar
preservando a memória dele".
A irmã de Ediane, Betânia Brito, de 33 anos,
compartilha da mesma opinião. Segundo ela, Alagoa Grande é um celeiro cultural,
e integrar um grupo folclórico não é um passatempo, mas uma paixão. Além dela,
o irmão, o marido e a filha, de seis anos, também dançam. O grupo também faz
apresentações de carimbó, dança de salão e baião.
Menina de seis
anos pede para entrar no grupo
Em uma apresentação realizada no Palco Pirâmide, no
Parque do Povo em Campina Grande, quem chamava a atenção do público era Ester,
de seis anos. Ao lado da tia, a menina tomava conta do espaço sem perder o
passo marcado do xaxado. A iniciativa de participar do grupo partiu dela.
Para a família, a participação da menina mostra que
o legado de Jackson do Pandeiro será passado para a próxima geração. Ela
começou a participar do grupo porque os pais não tinham com quem deixá-la,
então a levavam para os ensaios. "A gente não pediu [para Ester integrar o
grupo]. Foi vontade dela mesma, que sempre ficava olhando para a gente e
fazendo os passinhos. Isso mostra que estamos no caminho certo", disse a
tia da garota.